27 de abr. de 2010

DANIELA GENOVESI E BRUNO PEREIRA VENCEM CLARO 100K

26/04/2010


Ciclistas apoiados pela Specialized são os destaques na prova ciclística em Campinas (SP)
Estratégia, trabalho em equipe e muita força nas pernas para suportar o ritmo forte da disputa pelo título da segunda etapa da Claro 100K, neste domingo - 25 de abril de 2010, em Campinas (SP).

Entre os ciclistas profissionais, a equipe Padaria Real / Céu Azul que utiliza acessórios Specialized (sapatilhas, óculos e capacetes) marcou presença com o time praticamente completo e fez uma ótima prova. Após 2h16min44s de prova, com intensa disputa e diversos ataques, Bruno Pereira triunfou!

“Agradeço muito a equipe que trabalhou para eu ganhar essa etapa, estou bastante feliz. É uma prova que se decide no final, quem gasta menos, tem mais”, disse Bruno. “Divido essa vitória com o meu irmão e parceiro que faleceu há dois meses”, dedicou o campeão.

A equipe de ciclismo de Socoraba também ficou com o terceiro lugar na categoria Elite Estrada. “Fiquei muito contente com o meu desempenho e o resultado conquistado. No entanto, o mais importante foi o comportamento de toda a nossa equipe. Traçamos o objetivo de fazer uma prova cadenciada e estudar os adversários. Seguimos a estratégia e conquistamos a vitória, além da terceira colocação”, disse o ciclista Jean Coloca, que doou o prêmio recebido (R$ 700) para uma instituição de caridade.

O forte calor e as 6 voltas no circuito duro (de 16 km) no condomínio Swiss Park, em Campinas (SP), realmente testou a resistência dos 1070 ciclistas inscritos. A ciclista carioca,  Daniela Genovesi (Specialized / Cimento TUPI) sagrou-se a campeã na categoria elite estrada feminino.


Mas por pouco, Genovesi quase não vence: "Eu calculei errado. Achei que era a quinta volta, mas na verdade já era a sexta. Foi tudo muito rápido e quando percebi já tinha recebido a bandeirada e eu nem tinha sprintado. Mas foi ótimo essa prova, o cicuito foi desafiador, cheio de obstáculos, não só pelas subidas mas sim emocional, pois tem que ficar o tempo todo ligada na prova e no final é a cabeça (mental) que mais cansa", destacou Dani Genovesi, a única atleta latino-americana a vencer na categoria solo a RAAM, competição de estrada com mais de 5 mil quilômetros que cruza dos Estados Unidos de costa a costa.

“O maior desafio para conseguir uma boa colocação foi controlar meu desgaste. Além disso, é preciso marcar as adversárias. Cabeça e inteligência o tempo todo”, comentou Genovesi que completou os 100km com o tempo de 2h31min18s. Genovesi é atualmente treinada pela equipe OCE-Treine.net, assessoria esportiva comandada por Hugo Prado Neto.

“A Copa Claro 100k é uma prova diferenciada, já que reúne atletas profissionais e amadores. É muito legal correr com os amadores. Esses atletas merecem os parabéns por completar uma prova seletiva, com um circuito muito duro”, acrescentou Jean Coloca.

Saiba mais sobre os equipamentos Specialized utilizados pelos atletas, em: http://www.specialized.com.br

O site do evento é http://www.claro100k.com.br

RESULTADOS DA SEGUNDA ETAPA: 25 DE ABRIL - CAMPINAS-SP

Elite Estrada Masculino
1- BRUNO PEREIRA DA SILVA 02:16:44
2 -JOSE JAILSON DINIZ 02:17:05
3 -JEAN CARLO COLOCA 02:17:15
4 -OTÁVIO BULGARELLI 02:17:20
5 -RAPHAEL JOSÉ DA SILVA 02:17:26
6 -ANTOELSON B D DA SILVA BRUNO 02:17:40
7 -WALTER MIGUEL RIBEIRO JUNIOR 02:18:04
8 -GLAUBER ALEXANDRE N SILVA 02:18:08
9 -KLEBER RAMOS DA SILVA 02:18:08
10 -RODRIGO FARO LOPES 02:18:09

Elite Estrada Feminino
1- DANIELA FIGUEIREDO GENOVESI 02:31:18
2- NATALIA SANTANA LIMA 02:49:13
3 - CAMILA COELHO FERREIRA 03:03:48

Fonte: Mbikecom / colaboração de Claro100K/ Revista Bike Action
Fotos: Divulgação

Método de Pedalada Ideal - Ciclismo


por Cleber Ricci Anderson - revista "Bike Action" nº 40


      Devido ao grande sucesso de meu método, de cartas que recebi com elogios e depoimentos emocionados de ciclistas, triatletas, mountain bikers e até de "macacos velhos" que redescobriram suas pedaladas e melhoraram suas performances, resolvemos reeditá-lo na íntegra - aliás, com algo a mais. Tudo isso para que você possa também pedalar melhor. Se quiser sair na frente de seus amigos, não conte para eles!

      Antes de mais nada, preocupe-se em acertar sua pedalada, separando um dos treinos da semana somente para isso - e, depois, utilizando o método como aquecimento de seus treinos daqui para frente.

      O método visa o controle neuromuscular. Quanto mais é feito, mais a pedalada ideal entra no subconsciente e os movimentos ficam cada vez mais naturais.

      Geralmente, todo mundo pensa que pedalar é fácil e que, como é só empurrar os pedais para baixo alternadamente, o futuro ciclista acha que já sabe pedalar e pode começar a pensar na periodização de seu treinamento visando essa ou aquela competição.

      É uma tradição no ciclismo, que no Brasil foi esquecida, principalmente pela escassez de técnicos especializados em ciclismo e mountain bike nas últimas décadas. É um velho ensinamento, que acabou ficando para trás porque todo ciclista, profissional ou não, quando começa a temporada, depois de um mês sem praticamente tocar na bicicleta, deve voltar aos treinamentos específicos girando - ou seja, pedalando numa cadência (pedaladas por minuto) mais elevada. Era comum nas bikes de estrada substituir a catraca por um pinhão fixo, como nas bikes de pista - mantendo uma única relação leve, geralmente perto de 42x18 dentes.

      Na periodização do treinamento, a fase do giro deve ser a primeira do treinamento, antecedendo a de resistência. É dada ênfase ao giro, à adaptação ao movimento e à sinestesia (a percepção do movimento, desenvolvendo o sistema neuromuscular). Essa fase normalmente dura um mês. No final dessa fase, deve existir a transição com a fase de resistência e do treinamento mais pesado, alternando os treinos de longa distância com os treinos de giro. Para quem vem do sedentarismo, deve-se esticar o giro por mais tempo - assim como para aqueles que ainda não conseguiram desenvolver totalmente a pedalada redonda. É como na musculação. Quando você nunca fez ou ficou muito tempo parado, precisa passar pela adaptação ao movimento, utilizando carga mais baixa nos aparelhos. Somente depois que os músculos estiverem preparados e sabendo como fazer a força, você pode executar os movimentos com uma carga maior.


Giro certo

      Imagine-se subindo uma longa escada. Se os degraus forem baixos, com um passo normal, você conseguirá subir sem muito esforço e por bastante tempo. Se os degraus forem altos e você quiser subir rápido, não chegará lá em cima sem ter que parar e tomar fôlego. Se conseguir chegar, estará todo dolorido e com a freqüência cardíaca nas alturas.

      O mesmo acontece com o ciclismo quando retornamos aos treinamentos depois de um grande período sem pedalar (normalmente, por mais de um mês; às vezes, anos). Nesse caso, depois de tanto tempo longe dos pedais, se você quiser sair pedalando como quando estava "treinadaço", com transmissão pesada, vai acabar herdando uma dor nos joelhos - e outras por todo o corpo. Os músculos não estão mais acostumados com o esforço, estão um pouco atrofiados.

      Provavelmente, você vai se desestimular mais uma vez porque voltou com tudo - achando que só porque um dia pedalou forte, pedalará sempre.

      Esse primeiro mês de giro é o mais importante para todo o resto de sua vida ciclística. É nesse período que você aprenderá a pedalar, percebendo o movimento.


Mão leve nos shift-levers!

      Na volta às pedaladas, a relação de transmissão deve ser leve, de preferência acima das 100 ppm (pedaladas por minuto). Sem forçar, fluindo fácil.

      Os pneus devem ser, de preferência, de baixo peso e slicks (lisos) no caso de uma mountain bike - e calibrados com a pressão máxima. Sendo assim, eles facilitarão a inércia da bike, segurando-a menos no asfalto.

      Na traseira do selim, normalmente o giro é melhor. Se sentarmos mais atrás do selim, giraremos com maior facilidade. A elevação das pernas ficará facilitada - tanto é que é mais fácil girar numa bike tradicional de ciclismo ou numa mountain com ângulo do tubo de selim em torno dos 73 graus contra 78 graus numa específica para triathlon. Esqueça a distância e a velocidade média do treino, que deve durar de uma a duas horas no máximo. É basicamente um passeio com transmissão bem leve, alternado com os exercícios educativos - ou seja, momentos em que estaremos atentos em cada uma das fases da pedalada. O importante é a qualidade. Faça tudo com muito prazer, procurando sentir tudo o que acontece com a musculatura das pernas.


Pedalada redonda


Educativo 1: retorno

      Na passada dos pés pela parte de baixo da pedalada, você deve sentir os pés como se estivessem limpando as solas dos sapatos num tapete, tirando-lhes a terra. Faça força somente na parte de baixo da pedalada (ou seja, uma perna impulsiona a outra para cima). Faça esse educativo em três séries de, no máximo, um minuto por treino, alternado com os educativos 2 e 3.


Educativo 2: puxada

      Concentre-se e comece a perceber os joelhos subindo e passando pelos pontos altos da pedalada. Faça com que eles subam ao máximo, sem que o movimento fique pontudo, quebrado. A pedalada vem de baixo e de trás - e não somente de baixo, como a gente acredita. Procure impulsionar a bicicleta somente com o movimento da puxada das pernas, sem fazer força para baixo. Não desanime se parecer que a bike não sai do lugar. Lembre-se que você está fazendo somente uma parte da pedalada.


      Sinta o movimento e perceba que, para aumentar o giro, é fundamental a ascensão das pernas. Como esse exercício utiliza um grupo muscular maior, tente completar um minuto de tiro. Lembre-se: o importante é sentir o movimento e não buscar a performance máxima. Se pensar nisso, estará acumulando muito ácido lático nas pernas.


Educativo 3: chute

      Da mesma forma e intensidade dos educativos anteriores, perceba somente a fase da pedalada em que, após a perna se elevar, você "chuta" alternadamente com cada uma das pernas, preparando-as para a compressão.

      Apesar de serem considerados "pontos mortos" da pedalada, os pontos alto e baixo devem ser sentidos e observados. Eles são a perfeita união entre a compressão e a puxada das pernas, fazendo com que a pedalada fique redonda e perfeita.

      A compressão é a única fase em que você não precisa treinar, pois é a que você fez a vida inteira depois que aprendeu a se equilibrar na bicicleta.


Teste de cadência máxima: tiro de 10 segundos

      O trajeto deve ser em asfalto o mais plano possível - e, de vez em quando, em quatro vezes por treino. Quando uma pequena descida embalar naturalmente, aumente o giro ao máximo, progressivamente e com pouco esforço, mantendo a pedalada redonda. Esse sprint deve durar, no máximo, dez segundos. A relação de marchas deve ser tal que permita um aumento de giro rápido e, no final do tiro, você "perca os pedais" (não consiga mais girar). O ideal é adquirir um ciclo-computador que informe a cadência, como o Sigma 1400 ou o Shimano Flight Deck.

      Perceba que, quando realizamos o tiro de dez segundos, se a pedalada não está certa, o giro não aumenta e a pedalada fica falhada. Está aí um problema de coordenação. Procure lembrar dos educativos acima sempre que isso acontecer. Lembrar do joelho alto passando enquanto a outra perna "limpa os pés no tapete". Lembrar do pé chutando enquanto o outro está lá atrás. Pense em tudo ao mesmo tempo. E ainda pense tudo isso circular!


Batatas espremidas

      Outro educativo para a pedalada ideal é a contração das batatas das pernas durante a aceleração, também conhecidas como panturrilhas ou gastrocnêmios. Essa contração não deve se estender por muito tempo. São poucas pedaladas, somente no momento de aceleração. Só um atleta treinado conseguirá realizar esse movimento por bastante tempo, usado muito em situações de pedalada ao máximo. Ela deve ser utilizada para acelerar. Ao atingirmos nossa rotação máxima, devemos procurar a manutenção do giro, relaxando as "batatas" e soltando o movimento.

      Sinta a perna inchar, sinta os músculos das coxas irrigados, trabalhando ao máximo. Essa sensação da perna "cheia" é sentida, sobretudo, na elevação da perna. E termina no final da compressão.

      Pode parecer difícil, mas é um exercício de coordenação, que aos poucos passará para seu subconsciente - sendo, depois de um tempo, automático. Mesmo um atleta experiente, quando volta às pedaladas ou quando está necessitando da máxima performance, precisa de concentração.


Organizando os tiros

1. Os educativos podem ser inicialmente feitos com rotação mais baixa. Aumente a transmissão, utilize uma marcha um pouco mais pesada e confortável do você utiliza quando busca os 100/110 ppm (pedaladas por minuto) - até que o objetivo seja alcançado (até que você consiga sentir somente a parte da pedalada do educativo).

2. Faça força somente na fase da pedalada mentalizada naquele momento, completando o resto do ciclo sem força alguma. Perceba que cada "pedaço de pedalada" utiliza músculos diferentes. Após alguns segundos, você os sentirá "queimando", como na musculação. Por essa razão, não exceda mais do que um minuto em cada exercício. Se não der para fazer um minuto de exercício, no mínimo execute vinte segundos. Para ajudar, conte mentalmente 1-2, 1-2, 1-2, relacionando a cada uma das pernas. Cuidado para não se machucar fazendo muita força. Lembre-se: o importante é sentir e fortalecer aos poucos os músculos, que normalmente não são bem trabalhados. Um exemplo: quando fizer o exercício do chute, você sentirá o músculo tibial, o que fica à frente e ao lado da canela. Esses exercícios servem também para que você aqueça toda a musculatura antes de um treino ou competição.

3. É até uma redundância, mas é sempre bom falar: faça muito alongamento antes e depois do treino, com calma e cuidado. Se você ainda não sabe como, acesse meu texto em www.andersonbicicletas.com.br (clique em anderson magazine/preparação física/alongamentos).

4. Para a realização desse treino, certifique-se de que os pés estão bem fixos e de que o calçado está apertado ao máximo, deixando os pés justos dentro das sapatilhas. No caso de firma-pés, que as correias estejam apertadas ao máximo (sugiro que invista num bom par de pedais de encaixe e sapatilhas).

5. Portanto, o treino se desenvolve por, no mínimo, uma hora e deve ser organizado da seguinte forma:
   a. alongamento
   b. abdominais
   c. sair para pedalar buscando um trajeto o mais plano possível, numa cadência, se possível, entre 100 e 110 ppm durante pelo menos quinze minutos (ou até sentir-se bem aquecido).

6. Buscar um plano (ou, de preferência, uma subida muito leve), encontrar uma cadência e transmissão confortável e começar pelo exercício da fase de retorno ("limpar os sapatos no tapete"), com duração entre 20 e 60 segundos.

7. Se, durante o exercício, a transmissão for insuficiente, ou seja, muito leve, recomendo um falso plano para o tiro. Após cada tiro, faça uma recuperação livre até sentir-se pronto para outro tiro. Essa recuperação é uma volta ao giro de 100/110ppm.

8. Da mesma forma, faça o exercício da puxada e depois o do chute, sempre alternando com o giro de 100/110ppm. A compressão você já faz desde que aprendeu a pedalar. Não é necessário fazê-la.

9. Repita mais duas vezes cada exercício.

10. Para colocar em prática o giro máximo, aguarde uma "embalada" natural do trajeto, geralmente numa pequena descida, e realize três sprints de dez segundos, buscando o giro máximo. Observe a cadência máxima pedalando sentado. Faça, no início do giro máximo, a contração das batatas das pernas e perceba a diferença.

11. Volte aos 100/110 até completar o treino.


Giro balanceado

      Somente assim você atingirá, depois de muito treino e percepção, a pedalada ideal e um giro inacreditável. Se fizer a coisa certa e tiver talento, chegará a mais de 200 ppm. O giro controlado economiza energia, levando-o mais longe e mais rápido.

      Não estou dizendo que você deva pedalar sempre em cadência elevada, como Lance Armstrong, que pedala sempre entre 100 e 110 ppm. Cada um se adapta a uma cadência mais confortável, otimizando a relação rotação/potência. Jan Ulrich, o alemão campeão do Tour de France 97, que fez frente a Armstrong em 2001 e quase o vence em 2003, pedala com a transmissão bem pesada - e, é claro, numa cadência bem menor, algo em torno de 70 a 90 ppm. Comparando esses dois atletas, a potência de ambos em watts é praticamente a mesma. Mas, para Ulrich e Armstrong terem sucesso em suas filosofias, ambos têm que realizar a pedalada perfeita.

      O teste da cadência máxima ajuda a definir se a sua pedalada está evoluindo ou não. É como uma roda de automóvel, por exemplo. Se estiver desbalanceada, não conseguirá atingir uma alta rotação. No caso da pedalada, é a mesma coisa. Se pedalarmos com muita ênfase, empurrando os pedais para baixo como a grande maioria ou pensando somente na puxada, estaremos fazendo com que a pedalada fique quebrada e não conseguiremos elevar a rotação. Somente é possível passar dos 200 ppm com a pedalada redonda - ou seja, com a mistura ideal entre a compressão, a "limpada no tapete", a "puxada" e o "chute".

      Boa temporada para todos - e, é claro, com muito giro no início e uma longa e sólida época de base!

Homem versus comida

Fonte:GoOutside.com.br
Homem versus comida nutrição
Faça bastante exercício e você poderá comer o que quiser, certo? Errado. Confie em mim: eu passei um ano inteiro de dieta. E o que aprendi pode mudar a sua vida.

Por John Bradley

“MAS VOCÊ É TÃO MAGRO!” Eu sempre ouvia alguma versão dessa frase quando dizia que passaria um ano inteiro me submetendo a meia dúzia de dietas. Eles estavam certos. Era agosto de 2008, final de uma temporada intensa de competições de bike e, com meus 1,80 metro e 67,5 quilos, eu poderia até passar por esquálido. Mas mesmo apontando algo óbvio, as piadas sobre anorexia revelavam algo mais importante: a premissa que, com exceção dos vegetarianos e naturebas, as pessoas só mudam seus hábitos alimentares quando precisam perder peso. Se você está magro, acredita-se que sua dieta esteja correta.
Obviamente, magro não significa, necessariamente, saudável. Nem mesmo quando, para caras como eu, isso seja o resultado de um estilo de vida atlético. A verdade é que muitos de nós usam a desculpa de um tempo baixo nos 10 km de corrida como desculpa para escolhas medonhas de comida. Uma vez eu vi um entrevistador perguntar ao ator Robin Williams, famoso por ser fanático por ciclismo, o que ele comia para manter seu peso, ao que ele respondeu: “Eu posso comer praticamente de tudo, afinal, ando de bicicleta”. Esta é uma atitude muito comum; às vezes o maior apelo de uma longa pedalada é o caos de picanha com cerveja que vem depois. Isso pode explicar por que uma pesquisa do governo norte-americano no ano passado revelou que os maiores bebedores daquele país se exercitam mais do que os abstêmios.
Aos 38 anos, com um histórico familiar de doenças cardíacas e um histórico pessoal de pizzas na madrugada e oscilações no nível de energia, eu precisava melhorar minha rotina alimentar. Eu queria uma estratégia que resultasse em hábitos mais saudáveis, sem restrições e fixações a programas austeros e dogmáticos. Mas por onde começar? A indústria do regime focase, quase que exclusivamente, em pessoas com sobrepeso, para as quais um passeio no parque já seria uma vitória; havia poucas opções para um atleta em boas condições físicas como eu.


Homem versus comida
Faça bastante exercício e você poderá comer o que quiser, certo? Errado. Confie em mim: eu passei um ano inteiro de dieta. E o que aprendi pode mudar a sua vida.

Por John Bradley



Então decidi fazer um experimento radical. Eu passaria oito semanas em cada um dos seis diferentes regimes, representando as várias opções existentes para quem quer emagrecer, de dietas da moda até estudos clínicos: a Dieta do Abdominal, a Dieta Paleo para Atletas, a Prescrição Mediterrânea, o Programa de Okinawa, conselhos de um nutricionista pessoal e a Pirâmide Nutricional da USDA (United States Department Of Agriculture, ou Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Eu anotaria cada refeição, lanche, suplemento e treino, juntamente com observações de como estava me sentindo, e faria visitas bimestrais ao meu médico e ao laboratório de análises para pesagem, verificação de colesterol e análise de composição corpórea. Eu me daria apenas duas folgas: 19 dias para a minha lua de mel, depois da Dieta dos Abdominais, e 11 dias durante as festas de fim de ano, após a Paleo Dieta para Atletas. Um saco. Um imenso saco.
Minha teoria: aplicando à nutrição a mesma disciplina que eu aplico aos treinos de ciclismo, eu conseguiria mensurar essas dietas em comparação com o que seus autores alegam.
Cada uma mostrou ter algo a me ensinar, e cada uma, por sua vez, teve algo que não me serviu. E, ao longo do caminho, tornei-me o maior especialista no mundo a respeito de como eu deveria comer.

[Semanas 1 a 8]
> A Dieta dos Abdominais

DAVID ZINCZENKO E TED SPIKER

A teoria >> Se você tiver uma barriga tanquinho, provavelmente é saudável.
A dieta >> Muita proteína e gorduras boas, nada de carboidratos refinados. Treinos de arrebentar os abdominais! Melhor lição >> Refeições saudáveis podem ser saborosas e fáceis de fazer.
David é editor-chefe da revista Men’s Health e o cara por trás da série de best-sellers Eat This, Not That! (Coma Isto, Não Aquilo!). Enquanto alguns autores de dietas colocam uma embalagem séria em um pacote de conselhos insossos, David encontrou o sucesso colocando uma embalagem simplesinha em uma abordagem muito inteligente. Sua estratégia é usar comidas integrais e uma planilha de três pequenas refeições e três lanches robustos por dia. Siga essa receita, diz David, e você perderá peso sem perder a cabeça. E graças a muita proteína somada ao plano de treinos, você ficará mais rápido, mais forte e mais à vontade para vestir uma roupa de banho.
Eu tinha uma lista de compras básica — manteiga de amendoim, peito de frango, pão integral, molho de tomate, espinafre, leite, ovos — e receitas que raramente requeriam mais do que vinte minutos. Além disso, a maioria dos cafés da manhã eram vitaminas e a maior parte das receitas de almoço e jantar garantia uma sobra que eu conseguia congelar ou guardar na geladeira. Essa dieta acaba com qualquer argumento de que comer bem consome tempo demais.
Uma grande sacada: os lanches são usados para prevenir a fome, em vez de saciá-la. Um punhado de nozes, uma fatia de melão ou uma torrada com manteiga de amendoim algumas horas depois da refeição mantinham meu nível de energia estável ao longo do dia; a qualquer hora que eu treinasse, estaria adequadamente abastecido.

Homem versus comida
Faça bastante exercício e você poderá comer o que quiser, certo? Errado. Confie em mim: eu passei um ano inteiro de dieta. E o que aprendi pode mudar a sua vida.

Por John Bradley



[Semanas 9 a 16]
> A Dieta Paleo para Atletas

LOREN CORDAIN E JOE FRIEL

A teoria >> A autora da Dieta Paleo (coma como nossos ancestrais da idade da pedra) uniu-se ao treinador esportivo Joe Friel para adaptá-la a estilos ativos.
A dieta >> Muita carne de caça, produtos crus, nada refinado (a não ser durante os esportes de endurance, quando barrinhas, pães e géis são permitidos).
Melhor lição >> É difícil fazer exercício quando se passa fome o tempo todo.
Agora entendo por que os adeptos da dieta de Atkins amam tanto seu estilo de vida cheio de carne. Perdi três quilos neste regime, e minha porcentagem de gordura caiu de seis para cinco. Também entendi por que os defensores do doutor Atkins ficam tão mal-humorados: passei todas as semanas, menos as duas últimas, com uma grave sensação de falta de combustível — cansado, aéreo e faminto.
O que eu comia era delicioso: alce, búfalo, salmão. Só que as receitas exigiam um tanto de conhecimento e boa mão para a cozinha — e um estômago bom para miúdos (eu pulei o coração, a língua e os testículos). E, a não ser quando eu estava me exercitando, eu não podia comer muitos carboidratos. Fiquei tão cansado dessa abordagem que o tédio ou o estômago sensível terminavam minhas refeições antes que eu tivesse comido o suficiente. E me vi ansioso pela hora do treino, porque poderia usar isso como desculpa para comer uma barrinha de cereais.
O co-autor Joe Friel admite que se sentiu mal durante as duas primeiras semanas de dieta, mas diz que deu a volta por cima na terceira semana. Eu levei o triplo desse tempo para começar a me sentir normal. Na metade do processo, eu tive um ataque e comprei um burrito de queijo com ovo e batata para o café da manhã, escrevendo em meu diário de refeições: “Acordei com uma fome muito além do que as frutas e os vegetais que eu tinha em casa pudessem suprir”.
Ainda assim, minha taxa de colesterol bom contra colesterol mau — talvez mais importante que o valor total — estava mais próxima do melhor que eu já havia chegado este ano. Definitivamente há alguma coisa boa nesta abordagem. Mas, sendo eu um cara ativo que não está querendo perder peso, simplesmente não há como manter-me num plano que me deixa com fome e cansado o tempo todo.


[Semanas 17 a 24]
> A Prescrição Mediterrânea

ANGELO ACQUISTA E LAURIE ANNE VANDERMOLEN

A teoria >> Anos melhores e em maior quantidade comendo como um siciliano.
A dieta >>
Vegetais, legumes, nozes, grãos integrais, peixe, azeite de oliva e vinho tinto.
Melhor lição >>
Comer de forma saudável tem mais a ver com moderação em tudo do que eliminação de qualquer coisa.
Esta vai ser a minha dieta de emergência para o resto da vida. A alma deste regime é a alimentação rica em peixes e hortifrutis da região da Sicília e da vizinha cultura mediterrânea — peixe-espada com alcaparras, macarrão com feijão, peras ao vinho Chianti. Mesmo sendo um cozinheiro preguiçoso e inexperiente, achei as receitas fáceis. Como atleta de endurance, bem, massa tem sido a fonte de energia de corredores e ciclistas há décadas; eu me sentia bem e mandava ver na bike.
Tudo isso faz sentido. Um estudo recente feito por pesquisadores australianos comparando o humor de pessoas em dieta de baixo carboidrato com o de pessoas em dieta de baixas gorduras atestou que estes últimos mostraram estados emocionais muito melhores após um ano de dieta do que os que cortavam seus carboidratos. A Prescrição Mediterrânea foi uma forma prazerosa de lembrar-me de que os males causados por carboidratos refinados não são motivos para nos afastarmos totalmente dos carboidratos. Dê um jeito de tirar o pão branco da sua vida, mas não se sinta mal se cair na tentação de comer um pedaço de alguma delícia integral. E mergulhe o pedaço no azeite de oliva. Esse sim, tornou-se um aliado constante do meu arsenal de lanche vespertino.
Eu também adoro o fato de que, num livro que fala claramente de perda de peso, a única discussão real a respeito de calorias afirma que contá-las pode acabar levando ao fracasso as tentativas de ter uma vida mais saudável. A mensagem principal: coma o máximo de vegetais que conseguir, além de versões mais saudáveis da maioria das comidas que você já consome, e encontre atividades físicas que te deem prazer. Mas não se esqueça de que, eventualmente, saúde e alegria dependem de grandes refeições comemorativas, e de uma boa soneca à tarde. Se as calças apertarem, coma menos e faça mais exercícios. Eu consigo ser um seguidor desta.



Bons de briga

fonte: GoOutside.com.br
Bons de briga ciclismo
Depois de sentir o gosto do pódio com um honroso 3º lugar em 2009, Lance Armstrong volta ao Tour de France com um novo esquadrão de ciclistas, determinado a buscar a vitória. Conheça a recém-criada equipe Radioshack, que já nasce como uma das favoritas na briga pelos títulos do ciclismo mundial

Alexandre Torres

LANCE ARMSTRONG SOUBE ofuscar parte do brilho da vitoriosa campanha do espanhol Alberto Contador no Tour de France 2009. Num lance (com o perdão do trocadilho) de mestre - e de marketing -, o heptacampeão da prova anunciou, durante os momentos decisivos do Tour, que iria formar uma nova equipe para brigar pelo título em 2010.

Se por um lado a maneira como a notícia foi dada tem o jeitão agressivo e inflamado de Lance, a escalação do time patrocinado pela rede de eletroeletrônicos norte-americana RadioShack, em contrapartida, revela o lado metódico e brilhantemente estratégico do verdadeiro "cérebro" por trás da nova superequipe: o belga Johan Bruyneel, exciclista profissional que, após deixar de competir, tornou-se o diretor esportivo mais bem-sucedido de todos os tempos à frente de equipes que levaram 11 títulos em grand tours nos últimos dez anos (oito Tour de France, dois Giro D'Italia e uma Vuelta a Espanha).

Embora Lance tenha tentado negar isso durante o training camp inaugural da equipe realizado no início de dezembro em Tucson, no Arizona (EUA), a Team Radioshack foi sem dúvida "construída" a partir das ambições renovadas do ciclista de disputar o Tour de 2010 e bater o espanhol Alberto Contador, que continua na equipe Astana, integrada por Lance no ano passado. Ao vencer o Tour e disputar internamente com Lance a liderança da equipe, Contador conquistou um lugar indesejável: o de novo arquirrival do texano heptacampeão da prova.

Alguns fatos merecem destaque e apontam as direções da "The Shack", como a equipe vem sendo chamada. O primeiro é a entrada da RadioShack no ciclismo: a empresa é a primeira patrocinadora 100% norte-americana (ou seja, sem interesses comerciais na Europa ou no restante do mundo) desde que a 7-Eleven patrocinou a primeira equipe dos Estados Unidos a correr no circuito profissional europeu, nos anos 1980 e 1990. Depois da 7-Eleven, tanto a U.S. Postal Service (o serviço de correio dos EUA) quanto a Discovery (canal de TV a cabo) patrocinaram equipes tendo como objetivo ampliar seu mercado e aumentar o reconhecimento das marcas no mercado externo, já que ambas atuam globalmente.

Sem dúvida a decisão da Radio- Shack de entrar para o ciclismo com essa equipe foi fortemente influenciada pelo "Fator Lance", como já é chamado o efeito da participação e até mesmo da aparição de Armstrong em... bom, em praticamente qualquer coisa, desde a venda de pulseiras da fundação Livestrong até o aumento na audiência mundial do Tour de France, do Tour da Califórnia ou mesmo do Tour da Austrália. A força midiática de Lance vem ao encontro dos interesses corporativos da RadioShack, que está passando por uma reestruturação geral em que até o nome será novo: a rede adotará o nome The Shack em 2010.

MISSÃO: Lance Armstrong deixou a Astana para montar sua própria equipe e buscar mais um caneco do Tour

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